O post de antes foi uma verborragia porque fazem dias que 'não vou aos pés'. E o PH respondia: mas não dava para ir com as mãos? Não querido, acho que não.
*
Como fiz naquela sala em PoA quase um ano atrás? Se eu soubesse que iria terminar assim não teria chorado tanto. Teria rido á toa de tudo e de todos. E lá não vai faltar ninguém, que era meu medo infantil. Só uma pessoa que Passou: o Tio Neco, sobre o qual eu escrevi um ano atrás, no aníver da Dona Dona. E fui lá e reli de novo, porque valia a pena para mim reforçar a frase: nunca deixaram ser quem ele queria.
Trata-se de um adulto que assim falava de sua vida. Nunca fiz o que quis. Mentira ou verdade, agora não importa necas.
E me pergunto: eu faço o que eu quero? Eu, eu e eu, sim senhores, porque o mundo age, faz aqui e faz ali, mas sou eu em última instância que escolho.
Já duvidei e para comprovar esta ponta de dúvida fui lá conhecer o outro lado. Me quebrei, fui apedrejada mas também fui remida, fui valorizada. Na dúvida sempre fui lá conferir. Quanta queimação. risos.E ao optar outras vezes, será que tomei a decisão certa? Fiz o que minha alma e coração mandavam? Oh céus, eternas perguntas, eternas porque uma escolha exclude a outra e como seria se tivesse pego o outro trem. Entende? Um dedo para ver esta imagem...risos.
*
Sou presa no flagra pelas imagens e vi uma imagem de quase perfeição esta semana que passou.É de uma menina muito querida, amiga de minha irmã que tem uma filha solar, como ela. E esta imagem me levou a um pensamento: pensei se não sou demais. Se não tenho sonhos demais, se o ideal não era ter ficado lá quieta no meu canto, agora morando na rua dos sonhos da gringolândia, com minhas lindas crias correndo para lá e para cá. Trocando fralda, mas aguentando uma vidinha. Que não é de merda, veja bem. Não seria de merda. Mas para mim é. Porque?
Porque tenho em mim todos os sonhos do mundo?
"Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer".
Mas não morro, eu acordo amanhã e esta dúvida continua. Falando nisso, nunca quis morrer, mas é a primeira vez que desejo não estar aqui. Só porque estou acometida de um grande cansaço e uma preguiça enorme em ter que escolher. De novo.
Ai que saco! hahaha.
*
Passou. Precisava vomitar...É que cansa ser dona da vida da gente as vezes e não ter - por não querer simplesmente - um ombro para repousar.Mesmo tendo.
Paradoxalmente hoje tenho dois ombros quentes que aqui me guardam, mas não quero dar a eles o cetro da minha escolha. Porque virarei prisioneira de um algoz que nem sabe que o é.
Viu como é? Então é assim: se não tem o ombro reclama ou sublima. Se tem o ombro reclama porque não quer dar a ele o poder de ajudar na escolha. Que merda que é ser uma pessoa responsável neste mundo.
*
Ou isso ou está na hora de relaxar e gozar mais. APROVEITAR O PRESENTE, que tem vários laços, cartões e papéis de embalagem nesta terra macarrônica.
*
Falando nisso tenho que aprender com ele a ser assim nem aí para este mondo cane. Ele vive um dia atrás do outro e como exemplo de "não levo nada deste mundo mas o aproveito" está fazendo um concurso para ter garantia de emprego (quanta sabedoria)vitalícia no governo local. Espero que vença porque vai ter que me sustentar se meus delírios profissionais não acharem terreno fértil por aqui. Brincadeira. Ele diz que quer viver para pagar a calefação, a luz e a água. Ah! E se der para ir ao cinema, restaurante uma vez por mês, pagar o financiamento do apartamento está bom também. Um livrinho por mês, uma birra no findi. Olho para ele e peço se tem mais fumo desse de onde ele tirou porque eu quero me chapar todo dia com este modus vivendi.Eu não consigo! hahaha.
Mas talvez ele tenha razão. Ao menos aqui neste Old Mofo World. Eu é que vim dum país New Fashion Way onde ser dono do próprio negócio é a coisa mais bacana que se pode querer porque aí você é que vai mandar no seu horário e no outro. Ser 'imprenditora'. Mas aqui todo mundo se contenta, porque é tranquilo. Para que se incomodar se o teu pomodoro vai continuar sendo fresco? Captou?
*
Breaking the rules. Ou aceita e pára de me encher o saco, Consciência. Eu heim?
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Entã
...eu não queria deixar aqueles campos floridos, mas a Demanda exige. Que posso fazer, raios do céu?
*
Ontem tive uma conversa para lá de profunda. Até hoje pensando...
*
Ela disse que estava muito triste porque tinha que ir-se. De novo! Eu penso que já é algo como dor de cabeça e paracetamol, pasta e água quente. Quando, bendito quando quando as pessoas se acalmam? Com Saturno em trânsito na casa 6 ainda. Coitada. Ou abençoada? Eu não queria ser ela. Mas ás vezes até ser eu mesma me cansa.
Ser. Ou morrer para não ter que se perguntar sempre: quando é que eu vou descansar de vez? Mas e quando vem a calmaria se quer a baixaria e assim é.
*
Mas eu a entendo tão bem e saio da análise de mim mesma para ver outros tipos de pensamentos, amores e sofreres. Mas não por muito tempo porque eu também tenho que ver onde eu vou querer estar nos próximos anos.
Algumas opções:
- na Itália. Engordando como uma porca e trabalhando num sub-emprego. Ou trabalhando na área mas ganhando menos que a minha faxineira no Brasil.
- no Brasil. Trabalhando na minha área, falando meu idioma, sendo feliz. Tupinicazuta, mas feliz.
- no raio que me parta. Feliz.
Hahaha.
Eu quero ver se encontro um lugar para viver onde por muito pouco se possa viver, sonhar e ser feliz. Sozinha ou acompanhada. Gorda ou magra. Sei lá, só sei que antes de ouvir toda a ladainha (e ouvir-me lá falando comigo mesma) eu era bem feliz.
*
O que uma pessoa precisa para ser feliz? Quero fazer esta pergunta um dia mas quero que me respondam.
*
Ontem tive uma conversa para lá de profunda. Até hoje pensando...
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Ela disse que estava muito triste porque tinha que ir-se. De novo! Eu penso que já é algo como dor de cabeça e paracetamol, pasta e água quente. Quando, bendito quando quando as pessoas se acalmam? Com Saturno em trânsito na casa 6 ainda. Coitada. Ou abençoada? Eu não queria ser ela. Mas ás vezes até ser eu mesma me cansa.
Ser. Ou morrer para não ter que se perguntar sempre: quando é que eu vou descansar de vez? Mas e quando vem a calmaria se quer a baixaria e assim é.
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Mas eu a entendo tão bem e saio da análise de mim mesma para ver outros tipos de pensamentos, amores e sofreres. Mas não por muito tempo porque eu também tenho que ver onde eu vou querer estar nos próximos anos.
Algumas opções:
- na Itália. Engordando como uma porca e trabalhando num sub-emprego. Ou trabalhando na área mas ganhando menos que a minha faxineira no Brasil.
- no Brasil. Trabalhando na minha área, falando meu idioma, sendo feliz. Tupinicazuta, mas feliz.
- no raio que me parta. Feliz.
Hahaha.
Eu quero ver se encontro um lugar para viver onde por muito pouco se possa viver, sonhar e ser feliz. Sozinha ou acompanhada. Gorda ou magra. Sei lá, só sei que antes de ouvir toda a ladainha (e ouvir-me lá falando comigo mesma) eu era bem feliz.
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O que uma pessoa precisa para ser feliz? Quero fazer esta pergunta um dia mas quero que me respondam.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Bye bye Claude!
Ontem recebi em casa finalmente Il Quaderno do Saramago e estou esperando a minha encomenda lusitana logo mais...Não vejo a hora!
E fui lendo e me apaixonando e sentindo que é a grande hora! Que arrepio.
*
Infelizmente hoje acordei com a triste news de que Lévi-Strauss morreu aos 100 anos. Bem, não é triste, eu gostaria de haver tido a vida deste homem, e morrer é apenas jogo de palavras, como disse Rita Levi (coincidência!)Montalcini a Saramago: "Non ho mai pensato en me stessa.Vivere o morire é la stessa cosa. Perché la vita, naturalmente, non é in questo piccolo corpo. L'importante é il modo in cui viviamo e il messaggio che lasciamo. É questo che ci sopravvive. É questo l'immortalitá". Ela também tem 100 anos...
*
Serei lúcida quando chegar aí? Terei tido estórias para contar? Não as minhas particulares aventuras, mas aquelas que modificaram e verdade a vida de muitas pessoas?
*
E para finalizar o pensamento desta manhã no melhor estilo outonal milanês (ou seja, com o céu da cor burro quando foge) transcrevo as palavras de meu sábio mestre JC.
Meu presente de vida seria vê-lo em conferência com Claude e Saramago. Deleiteeeee... Que loucura!
"Além disso, permito-me ir mais passionalmente do que ia nos livros anteriores porque realmente penso que o clero merece uma boa sova. Eles sabem que o que eles estão ensinando já ficou para trás, mas ficam tentando trazê-lo de volta. Recentemente tenho tido experiências bem agudas nesse contexto. Aqui estou eu, alguém cuja vida toda foi dedicada à mitologia, e a igreja agora, parece, está interessada em mitologia. Então eles me convidam para esses diálogos e triálogos e tetrálogos e assim por diante. E quando coloco o que considero o credo tradicional cristão, até mesmo os padres anglicanos levantam suas mãos e dizem, “Ah, mas não acreditamos mais nisso”.
Mas eles ainda continuam com aquele livro. O que eles acreditam agora é no amor e na humanidade e tudo isso. Eu digo a eles: bem, você acha isso nos Upanishads, em Lao-Tsé; você pode achar isso em qualquer lugar, então qual é a sua declaração? Eles continuam afirmando que são únicos. Ora, São Tomás de Aquino disse que até um grego acreditava em Deus, mas um grego não acreditava que havia um pai, um filho e um espírito santo; que o filho tornou-se homem e foi crucificado e através dessa crucificação redimiu o homem do pecado original. Coloquei isso há apenas cinco dias e o bispo Fulano de Tal disse, “Ah, mas não falamos mais assim”.Então, o que dizem? Ainda assim, eles continuam com aquela reivindicação. Estão protegendo sua fé, estão mesmo – isso é engraçado. Esse movimento ecumênico na Igreja Católica é uma piada porque estão se apegando a sua exclusividade. Estão tentando dizer, sem dizer abertamente, que você tem quer ser batizado para ser salvo – não podem dizer algo diferente e continuar sendo católicos.
O homem é redimido pelo sacrifício de Cristo; participa-se do sacrifício participando dos sacramentos, que foram fundados pelo próprio Cristo e, fora disso, “fora da igreja não há salvação”. E com relação aos protestantes, sempre me lembro do personagem Stephen Dedalus de James Joyce, que diz no final do Retrato, quando lhe perguntam “Você vai se tornar um protestante?”, e ele responde, “Perdi minha fé, mas não perdi o respeito por mim mesmo”.
E fui lendo e me apaixonando e sentindo que é a grande hora! Que arrepio.
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Infelizmente hoje acordei com a triste news de que Lévi-Strauss morreu aos 100 anos. Bem, não é triste, eu gostaria de haver tido a vida deste homem, e morrer é apenas jogo de palavras, como disse Rita Levi (coincidência!)Montalcini a Saramago: "Non ho mai pensato en me stessa.Vivere o morire é la stessa cosa. Perché la vita, naturalmente, non é in questo piccolo corpo. L'importante é il modo in cui viviamo e il messaggio che lasciamo. É questo che ci sopravvive. É questo l'immortalitá". Ela também tem 100 anos...
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Serei lúcida quando chegar aí? Terei tido estórias para contar? Não as minhas particulares aventuras, mas aquelas que modificaram e verdade a vida de muitas pessoas?
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E para finalizar o pensamento desta manhã no melhor estilo outonal milanês (ou seja, com o céu da cor burro quando foge) transcrevo as palavras de meu sábio mestre JC.
Meu presente de vida seria vê-lo em conferência com Claude e Saramago. Deleiteeeee... Que loucura!
"Além disso, permito-me ir mais passionalmente do que ia nos livros anteriores porque realmente penso que o clero merece uma boa sova. Eles sabem que o que eles estão ensinando já ficou para trás, mas ficam tentando trazê-lo de volta. Recentemente tenho tido experiências bem agudas nesse contexto. Aqui estou eu, alguém cuja vida toda foi dedicada à mitologia, e a igreja agora, parece, está interessada em mitologia. Então eles me convidam para esses diálogos e triálogos e tetrálogos e assim por diante. E quando coloco o que considero o credo tradicional cristão, até mesmo os padres anglicanos levantam suas mãos e dizem, “Ah, mas não acreditamos mais nisso”.
Mas eles ainda continuam com aquele livro. O que eles acreditam agora é no amor e na humanidade e tudo isso. Eu digo a eles: bem, você acha isso nos Upanishads, em Lao-Tsé; você pode achar isso em qualquer lugar, então qual é a sua declaração? Eles continuam afirmando que são únicos. Ora, São Tomás de Aquino disse que até um grego acreditava em Deus, mas um grego não acreditava que havia um pai, um filho e um espírito santo; que o filho tornou-se homem e foi crucificado e através dessa crucificação redimiu o homem do pecado original. Coloquei isso há apenas cinco dias e o bispo Fulano de Tal disse, “Ah, mas não falamos mais assim”.Então, o que dizem? Ainda assim, eles continuam com aquela reivindicação. Estão protegendo sua fé, estão mesmo – isso é engraçado. Esse movimento ecumênico na Igreja Católica é uma piada porque estão se apegando a sua exclusividade. Estão tentando dizer, sem dizer abertamente, que você tem quer ser batizado para ser salvo – não podem dizer algo diferente e continuar sendo católicos.
O homem é redimido pelo sacrifício de Cristo; participa-se do sacrifício participando dos sacramentos, que foram fundados pelo próprio Cristo e, fora disso, “fora da igreja não há salvação”. E com relação aos protestantes, sempre me lembro do personagem Stephen Dedalus de James Joyce, que diz no final do Retrato, quando lhe perguntam “Você vai se tornar um protestante?”, e ele responde, “Perdi minha fé, mas não perdi o respeito por mim mesmo”.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
You don’t need to be coy, Roy
Summer breeze makes me feel fine blowing through the jasmine in my mind!
*
Tomei o mesmo susto da Fortuna quando ela sai quando eu peço que saia. Sem querer (conscientemente) o media player foi bem na veia hoje. O negócio está ficando claro, cada vez que eu escrevo e não pode ser culpa de Mercúrio. Não, não. Porque quando a gente acorda mesmo que sonhe várias vezes depois a realidade continua a mesma?
Porque eu virei Petra. Porque eu não me deixo mais mesmo. Então esta é a resposta?
*
Voltemos a achincalhar a Itália então, porque eu hoje acordei com vontade de encontrar um bode expiatório...risos.
Recebi uma proposta de emprego.Boa, contrato INdeterminado, que aqui significa dormir tranquilo até a aposentadoria, algo como concurso público brazuca. E eu odiei! E eu chorei de raiva quando recebi, me sentindo culpada, óbvio, porque domingo havia lido que NÂO há emprego. Porque não há e eu sei. Tem branquinho (não posso ser politicamente incorreta porque este blog é aberto ao mundo virtual) que acorda as 5 da matina, pega metrô, trem, come um panino de merda no almoço e no fim do mês, fora as contas de 'riscaldamento' e etc coloca na mesa 800 euros. Para a esposa, filhos e sogra juntamente. Ok, esta é uma realidade. Mas para este cara está bom, porque ele veio do suvaco da cobra da Romênia onde provavelmente passava fome. Mas e para quem ganhava um ótimo salário, vivia com sol nos finais de semana, cinema e livraria na sexta feira, cervejinha gelada com os amigos de fé, férias no paraíso "florinapolitano", expressando-se na mesma língua com que nasceu e foi criado e era realmente feliz?
O que esta pessoa deve fazer? Ficar e aceitar a condição imposta por um país de merda, que trata seus jovens com desdém, que vive num conto de fadas onde se ganha uma merreca, mas, veja bem, se tem a melhor pasta, o melhor pomodoro e as obras-primas mais importantes do mundo?
Não sei, minha alma não está a venda por um punhado de fundo de alcachofra com manjericão ao forno, entende? Por melhor que seja a companhia neste jantar, por melhor que seja a sobremesa, o licor de encerramento. Por mais gostoso que seja o tiramisú. Não não e não.
Meus avós é que eram espertos. Embarcaram no navio antes que a nave mãe afundasse. Mas quando é que tudo isso começou afinal???
Ontem a gente conversava e não descobrimos, parece até que sempre foi assim. Não existe memória que me conte algo diferente. E é uma coisa muito triste, porque todas as pessoas que eu conheço enfrentam esta realidade, e não com a nossa cabeça erguida brasileira, mas com um ranço, uma visão: tudo bem, é assim mesmo, eu não vou mudar então aceito o que tiver.
Eu não sou italiana, não senhor. Sou uma dona brasileira que tem sonhos e que não se conforma, e que não permanece, porque pode secar. Mesmo que haja um regador carinhoso por perto.
Eu sou uma eterna demanda e, decididamente, meu país é o último oásis sobre a Terra.
*
Tomei o mesmo susto da Fortuna quando ela sai quando eu peço que saia. Sem querer (conscientemente) o media player foi bem na veia hoje. O negócio está ficando claro, cada vez que eu escrevo e não pode ser culpa de Mercúrio. Não, não. Porque quando a gente acorda mesmo que sonhe várias vezes depois a realidade continua a mesma?
Porque eu virei Petra. Porque eu não me deixo mais mesmo. Então esta é a resposta?
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Voltemos a achincalhar a Itália então, porque eu hoje acordei com vontade de encontrar um bode expiatório...risos.
Recebi uma proposta de emprego.Boa, contrato INdeterminado, que aqui significa dormir tranquilo até a aposentadoria, algo como concurso público brazuca. E eu odiei! E eu chorei de raiva quando recebi, me sentindo culpada, óbvio, porque domingo havia lido que NÂO há emprego. Porque não há e eu sei. Tem branquinho (não posso ser politicamente incorreta porque este blog é aberto ao mundo virtual) que acorda as 5 da matina, pega metrô, trem, come um panino de merda no almoço e no fim do mês, fora as contas de 'riscaldamento' e etc coloca na mesa 800 euros. Para a esposa, filhos e sogra juntamente. Ok, esta é uma realidade. Mas para este cara está bom, porque ele veio do suvaco da cobra da Romênia onde provavelmente passava fome. Mas e para quem ganhava um ótimo salário, vivia com sol nos finais de semana, cinema e livraria na sexta feira, cervejinha gelada com os amigos de fé, férias no paraíso "florinapolitano", expressando-se na mesma língua com que nasceu e foi criado e era realmente feliz?
O que esta pessoa deve fazer? Ficar e aceitar a condição imposta por um país de merda, que trata seus jovens com desdém, que vive num conto de fadas onde se ganha uma merreca, mas, veja bem, se tem a melhor pasta, o melhor pomodoro e as obras-primas mais importantes do mundo?
Não sei, minha alma não está a venda por um punhado de fundo de alcachofra com manjericão ao forno, entende? Por melhor que seja a companhia neste jantar, por melhor que seja a sobremesa, o licor de encerramento. Por mais gostoso que seja o tiramisú. Não não e não.
Meus avós é que eram espertos. Embarcaram no navio antes que a nave mãe afundasse. Mas quando é que tudo isso começou afinal???
Ontem a gente conversava e não descobrimos, parece até que sempre foi assim. Não existe memória que me conte algo diferente. E é uma coisa muito triste, porque todas as pessoas que eu conheço enfrentam esta realidade, e não com a nossa cabeça erguida brasileira, mas com um ranço, uma visão: tudo bem, é assim mesmo, eu não vou mudar então aceito o que tiver.
Eu não sou italiana, não senhor. Sou uma dona brasileira que tem sonhos e que não se conforma, e que não permanece, porque pode secar. Mesmo que haja um regador carinhoso por perto.
Eu sou uma eterna demanda e, decididamente, meu país é o último oásis sobre a Terra.
Lua Cheia e outros sacos
Eu sou uma crente-cética em astrologia. Pesquiso, faço mapas, me aconselho com quem entende do 'mestier' e sempre vou lá no astro.com para ver qual o céu do momento.
Geralmente, funciona. Quero dizer, encaixa direitinho na minha neurose semanal, mensal ou oral (tenho pitis muitas vezes que duram apenas segundos...).
Pois bem, esta semana, não sei onde esta tal da Lua Cheia se meteu no meu mapa (estou pesquisando ainda...risos) que eu to com vontade de matar meio mundo. De chorar até desidratar meu fígado, de bater a porta na cara de quem não tem nada a ver. Só porque existe.
Tem jeito esta lua? Ou eu é que não tenho?
Aiiiiiiiiiiiiiii. Vontade de me atirar pro aeroporto mais próximo que houver vôo direto para Polinésia. Qualquer ilha entende? Qualquer.
*
Ter liberdade é perigoso. A gente nunca sabe onde pode estar.
Geralmente, funciona. Quero dizer, encaixa direitinho na minha neurose semanal, mensal ou oral (tenho pitis muitas vezes que duram apenas segundos...).
Pois bem, esta semana, não sei onde esta tal da Lua Cheia se meteu no meu mapa (estou pesquisando ainda...risos) que eu to com vontade de matar meio mundo. De chorar até desidratar meu fígado, de bater a porta na cara de quem não tem nada a ver. Só porque existe.
Tem jeito esta lua? Ou eu é que não tenho?
Aiiiiiiiiiiiiiii. Vontade de me atirar pro aeroporto mais próximo que houver vôo direto para Polinésia. Qualquer ilha entende? Qualquer.
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Ter liberdade é perigoso. A gente nunca sabe onde pode estar.
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